Encontrando abrigo onde menos se espera
As imagens dos túneis em Cù Chi mostram como a criatividade e a fé na sobrevivência podem nascer do medo. Hoje transformada em museu a céu aberto, a região preserva mais de 250 quilômetros de túneis usados durante a guerra. Nessas galerias subterrâneas havia cozinhas, hospitais e mapas. Esses espaços eram, literalmente, lugares de vida e estratégia.
Túneis: abrigo e comunidade
Ao ler sobre aqueles ambientes percebemos que túneis não são apenas passagens: são refúgios. A reportagem recorda que “Eles passavam semanas aqui, sobrevivendo de água e raízes”, disse Trinh Cao Thang. Essas palavras traduzem a realidade de quem vive embaixo, dependente do que tem e confiante em um esconderijo coletivo.
Na vida espiritual, também precisamos de esconderijos — não para fugir de responsabilidades, mas para recuperar forças, planejar e orar. Isaías nos lembra desse recuo temporário: “Entrem nos seus quartos e fechem a porta. Escondam-se por um pouco, até que a ira passe.” (Is 26.20, NTLH)
Estratégia, sustento e segredo
Os túneis guardavam mapas, armas e cozinhas improvisadas. Havia um sistema de cozinhas que escondia a fumaça, e locais em que armas eram ocultas sob alçapões. O texto relata: “É difícil mexer com as panelas no escuro”, lembra Kim, que cozinha mandioca nos túneis.
Essa imagem nos ajuda a ver que a fé também exige estratégias discretas: oração constante, serviço silencioso, gestos de amor que não buscam holofotes. Assim como nas galerias subterrâneas a logística salvava vidas, na jornada cristã pequenos atos de fidelidade sustentam a igreja quando tempestades chegam.
O lugar mais seguro pode estar onde ninguém espera
Lap, que tinha 12 anos na época, conta: “Centenas de americanos viviam nesse bairro, e não pensavam que o lugar mais perigoso seria justamente o mais seguro para alimentar as tropas, levar comida pros soldados na floresta. A missão desse quartel era atacar as 5 maiores bases de Saigon”. Essa surpresa estratégica nos ensina que a segurança divina muitas vezes se manifesta em lugares humildes e inesperados.
Proverbs 18:10 nos dá um paralelo direto: “O nome do Senhor é uma torre forte; os honestos correm para ele e estão protegidos.” (Pv 18.10, NTLH) Assim como os túneis ofereciam proteção, corremos ao Nome que nos guarda.
Refúgio ativo: fé que age nos subterrâneos
Os túneis eram aldeias: crianças nasciam ali; soldados se alimentavam; havia salas de reunião. Não era apenas esconderijo, era vida que permanecia ativa. Do mesmo modo, nosso refúgio em Deus não é passivo. Jesus nos convida a chegar com confiança: “Aproximemo-nos, com plena confiança, do trono da graça, para que recebamos misericórdia e encontremos graça que nos ajude no momento certo.” (Hebreus 4.16, NTLH)
Os túneis nos ensinam que a fé precisa de lugar, de preparo e de comunidade — não como isolamento egoísta, mas como estratégia para cuidar, fortalecer e depois voltar à luz com missão renovada.
Palavra-chave: túneis
Ao meditar nessas imagens, traga a palavra “túneis” ao seu coração como símbolo de proteção e de esperança que se constrói em silêncio. Pense em onde você se abriga para orar, planejar e ser alimentado pelo Senhor.
Aplicação prática
Escolha hoje um “túnel” espiritual: um momento e um lugar para orar, ler a Palavra e se reinstaurar. Não precisa ser longos minutos — pode ser cinco, mas regulares. Peça a Deus por sabedoria para agir estrategicamente nas situações difíceis, assim como aqueles que usaram os túneis para proteger e alimentar.
Pratique também a comunidade: compartilhe alimento espiritual com alguém — uma palavra encorajadora, uma visita, uma oração por quem está em luta. Lembre-se: túneis servem para proteger vidas; a fé que nos abriga deve nos enviar novamente ao mundo com coragem.
Que você encontre no Senhor um refúgio vivo e estratégico: um esconderijo que cura, organiza e impulsiona. Corra para o nome forte do Senhor (Pv 18.10) e aproxime-se com confiança para receber graça no tempo certo (Hb 4.16). E, quando a escuridão vier, lembre-se de que por trás das paredes há comunidade, sustento e um plano maior.

