Trump diz que ataques terrestres na América Latina começarão ‘muito em breve’ e mira Venezuela, Colômbia e rotas do tráfico

Trump reafirma que ataques terrestres na América Latina começarão em breve; governo avalia alvos na Venezuela e cita mais de 80 mortes em bombardeios a barcos

Uma nova ameaça concreta reacende tensões: o presidente dos EUA afirmou que ataques terrestres na América Latina começarão ‘muito em breve’, reforçando a escalada militar que tem como alvo principal a Venezuela e estendendo a advertência a outros países acusados de tráfico de drogas.

O que foi dito

Em reunião com secretários de governo, Donald Trump afirmou que, além dos bombardeios a embarcações no Caribe e no Pacífico, os Estados Unidos vão “começar a fazer esses ataques por terra também”. Segundo ele, “por terra é muito mais fácil… sabemos as rotas que eles tomam, onde vivem, sabemos tudo sobre eles, e vamos começar isso muito em breve também”.

Trump acrescentou que “essass pessoas mataram mais de 200 mil pessoas [nos EUA] no ano passado”, justificando a operação contra as rotas de drogas. Ele também declarou que “qualquer um que esteja fazendo isso e vendendo para dentro do nosso país está sujeito a ataque, não só a Venezuela”.

Contexto operacional e política

Desde setembro, ataques a embarcações acusadas de traficar drogas mataram mais de 80 pessoas, e autoridades americanas dizem que a maioria das embarcações partiu da Venezuela. Fontes do governo e reportagens — incluindo matéria do Wall Street Journal — indicam que o Pentágono e a Casa Branca avaliaram possíveis alvos militares dentro da Venezuela, como portos e aeroportos controlados pelos militares.

O secretário de Guerra presente à reunião, Pete Hegseth, defendeu os ataques e disse que os narcotraficantes latino-americanos sabem que serão mortos se tentarem trazer drogas aos EUA. Hegseth está no centro de polêmica sobre a legalidade de um dos ataques marítimos, o que aumenta a pressão política e jurídica sobre a Casa Branca.

Implicações regionais

A fala de Trump amplia a pressão sobre toda a região. Além da Venezuela, o presidente norte-americano mencionou países produtores e rotas de tráfico, citando a Colômbia como local de “fábricas de produção de cocaína”. A retórica elevou o tom entre Washington e Bogotá: o presidente colombiano respondeu convidando Trump a ver o trabalho de destruição de laboratórios de cocaína, afirmando que a Colômbia tem atuado ativamente contra a produção.

Dados do Relatório Mundial sobre Drogas de 2025 da ONU lembram que grande parte da cocaína destinada aos EUA vem de Colômbia, Peru e Bolívia, enquanto a maior parte do fentanil — responsável por quase 70% das overdoses em 2023 — tem origem ligada ao México. Esses números oferecem o pano de fundo para a argumentação americana, mas não resolvem as questões legais e humanitárias de um eventual ataque em solo estrangeiro.

Análise breve

Um ataque terrestre envolvendo forças americanas em outro país da região, especialmente na Venezuela, seria sem precedentes recentes e carregaria riscos elevados: escalada militar, crises diplomáticas e repercussões econômicas para países vizinhos. A justificativa do combate ao narcotráfico encontra apoio público em alguns setores dos EUA, mas enfrenta questionamentos legais e éticos por parte de governos da região e organizações internacionais.

Além disso, a menção de alvos fixos — portos e aeroportos — e a mobilização já vista no Caribe mostram que a Casa Branca prepara opções de ação. Se a ordem for dada, o impacto humano e político dependerá da intensidade e duração das operações e de como aliados e vizinhos reagirem.

Do ponto de vista humanitário e cristão, é importante lembrar o apelo à proteção da vida e à justiça. Uma referência breve: o Salmo 34 ressalta o cuidado com os que sofrem e a busca por justiça; decisões sobre segurança regional deveriam priorizar a proteção de civis e a cooperação diplomática sempre que possível.

Fontes citadas nas declarações incluem entrevistas de Trump, relatórios oficiais e reportagem do Wall Street Journal que aponta locais avaliados como possíveis alvos. Os números citados pelo presidente — “mais de 200 mil” mortes vinculadas ao problema das drogas no ano anterior e “mais de 80” mortos em ataques a embarcações desde setembro — foram reproduzidos tal como declarados nas reuniões e em pronunciamentos públicos.

Para o público brasileiro, a notícia reforça a necessidade de acompanhar desdobramentos diplomáticos e humanitários. Uma ação direta dos EUA em qualquer país da América Latina teria efeitos regionais, incluindo fluxos migratórios, impacto sobre a segurança e repercussões econômicas.

Enquanto a retórica se mantém acirrada, líderes regionais alternam entre condenação, apelos por paz e tentativas de diálogo. O cenário exige vigilância jornalística responsável e foco na proteção de civis, na legalidade internacional e na busca por soluções multilaterais para o problema do narcotráfico.

Atualizaremos a matéria à medida que surgirem novos detalhes e pronunciamentos oficiais.

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