Senadores, fé e dever cívico: a hora de decidir sobre Jorge Messias
O Senado enfrenta uma decisão que pode definir décadas de garantias democráticas no Brasil. A indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal acende um debate que mistura política, direito e consciência moral. Para muitos cidadãos, e também para lideranças cristãs que veem na proteção das liberdades uma obrigação bíblica, barrar Messias no STF não é apenas um posicionamento partidário, mas uma responsabilidade cívica.
Contexto e fatos essenciais
Jorge Messias ganhou destaque em Brasília ao assumir a Advocacia‑Geral da União (AGU). Sua nomeação ao STF, proposta pelo presidente, revive memórias e receios sobre nomeações que tratam a Corte como extensão do Executivo. A história pública do caso remonta a episódios que marcaram o país: em março de 2016, o Brasil ouviu uma conversa entre o então ex‑presidente Lula e a então presidente Dilma Rousseff, autorizada pela Justiça. Naquele diálogo Dilma disse: “Seguinte, eu tô mandando o ‘Bessias’ junto com o papel pra gente ter ele, e só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?”
Além disso, críticos lembram que a AGU, durante a gestão de Messias, criou uma Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD) com o objetivo de “enfrentar a desinformação”, uma estrutura que passou a ser chamada pejorativamente por opositores de “Ministério da Verdade”. A PNDD, segundo reportagens, chegou a processar produtores e contestar coberturas jornalísticas, gerando alertas sobre riscos à liberdade de imprensa e expressão.
Atuação de Messias na AGU e pontos de controvérsia
Ao defender políticas como a regulação das mídias sociais, Messias tornou‑se alvo de críticas de setores que veem nessa pauta um caminho para censura ou autocensura online. Para analistas, aceitar no Supremo alguém com esse histórico poderia significar validar um projeto de poder orientado para controle e intervenção sobre a opinião pública.
Há ainda a questão administrativa: “segundo apuração do jornal O Estado de S.Paulo, desde 2024 a AGU tinha conhecimento dos fortes indícios de fraude” envolvendo o roubo de idosos beneficiários do INSS, sem atuação efetiva que prevenisse o escândalo público posterior. Para opositores, essa omissão exige explicações antes de qualquer confirmação de um nome para o STF.
Por que alguns comparam esta indicação a episódios anteriores
O debate remete a nomeações passadas que geraram desgaste institucional. O texto público de opinião lembra o caso de outras nomeações que, segundo críticos, resultaram em decisões que alteraram rumos de investigações e julgamentos. Essa experiência alimenta a desconfiança de parcela significativa da sociedade sobre nomeações baseadas em afinidade política.
Uma frase incisiva usada por críticos resume o temor: Aceitar alguém com o currículo e as opiniões de Jorge Messias no STF significa validar um projeto de poder liberticida de longa duração. Essa interpretação tem impacto direto sobre como juízes podem influenciar liberdades civis ao longo de décadas — Messias tem 45 anos e, na hipótese de se tornar ministro, poderia ficar no cargo por muitas sessões do Pleno.
Riscos práticos para garantias democráticas
Especialistas em direito constitucional lembram que o Supremo deve reunir reputação ilibada e notório saber jurídico, critérios previstos pela Constituição. Quando a indicação é percebida como baseada em afinidade ideológica ou gratidão pessoal, cresce a preocupação com a independência judicial.
As medidas citadas — combate à desinformação com instrumentos estatais, pressão sobre produtores de conteúdo e defesa da regulação das redes sociais — apontam para riscos concretos: aumento de litígios contra imprensa, ampliação de mecanismos de controle estatal sobre informação e possíveis decisões que restrinjam a liberdade de expressão sob justificativas administrativas ou de segurança.
Perspectiva cristã: dever moral e analogias bíblicas
Para leitores cristãos, a decisão do Senado traz também uma dimensão espiritual. A Bíblia insiste sobre a responsabilidade de líderes diante do povo. Por exemplo, Provérbios 29:2 registra: “Quando os justos governam, o povo se alegra; mas quando o ímpio domina, o povo geme.” Essa passagem costuma ser invocada por quem defende que medidas que restrinjam liberdades devem ser cuidadosamente avaliadas à luz do bem comum.
Outra diretriz que emerge de uma perspectiva cristã é o princípio da verdade. A confiança pública nas instituições depende da transparência e da integridade. Quando estruturas como a AGU são associadas a práticas questionáveis, muitos cristãos entendem que o Senado tem o dever de zelar pelo equilíbrio entre poder e liberdade.
O que se espera do Senado e possíveis desdobramentos
O texto público que provocou este debate conclama os senadores a não repetir erros anteriores: já teriam sido aprovadas nomeações que, para os críticos, comprometem a independência do Judiciário. A responsabilidade de barrar Messias no STF, então, é apresentada como uma ação de contenção à hipertrofia do Judiciário e à defesa das garantias individuais.
Na prática, o Legislativo pode usar a sabatina para exigir esclarecimentos sobre a atuação da AGU, sobre a PNDD e sobre o episódio citado em que “segundo apuração do jornal O Estado de S.Paulo, desde 2024 a AGU tinha conhecimento dos fortes indícios de fraude”. A forma como o Senado conduzirá esse processo determinará se a avaliação será técnica, política ou uma combinação de ambas.
Para cidadãos de fé que acompanham o caso, o apelo é claro: acompanhar as audiências, cobrar transparência e pedir aos senadores que considerem não apenas lealdades partidárias, mas também princípios constitucionais e morais.
Conclusão: além da política, uma escolha de princípio
A indicação de Jorge Messias ao Supremo transcende um embate entre governo e oposição. Ela coloca em jogo a visão sobre o papel do Judiciário, a liberdade de imprensa e a proteção das garantias democráticas. Muitos defendem que o Senado tem, neste momento, uma responsabilidade cívica que ultrapassa interesses pessoais e requer firmeza para barrar decisões que possam comprometer liberdades fundamentais.
O leitor cristão é chamado, portanto, a olhar para a votação com votos informados tanto pela análise factual quanto por convicções éticas. A história das instituições e a experiência recente tornam imperativo que senadores prestem contas de suas escolhas e que a sociedade, incluindo comunidades de fé, acompanhe o processo com oração, vigilância e participação cidadã.

