Sabatina de Jorge Messias terá resistência à direita e parte da esquerda; líder do PL diz que Messias buscará votos na bancada governista
A sabatina de Jorge Messias promete tensão no Senado e preocupação entre cidadãos e líderes cristãos: em meio a resistências tanto à direita quanto à esquerda, o líder do PL no Senado, Carlos Portinho, avaliou que a votação será apertada e advertiu que “a oposição será oposição”. A afirmação foi dada ao Estadão/Broadcast, nesta segunda-feira (24), e levanta dúvidas sobre o quão consolidado estará o apoio governista quando o nome do atual advogado‑geral da União chegar à sabatina.
O que está em jogo
Jorge Messias foi indicado pelo presidente Lula para substituir Luís Roberto Barroso no Supremo. A indicação ocorre num contexto já inflamado: Luís Roberto Barroso anunciou sua saída antecipada do STF em 9 de outubro de 2025, e demorou mais de um mês para que o presidente formalizasse a escolha de Messias.
O nome de Messias provoca reações diversas. Enquanto setores da direita demonstram forte resistência ao advogado‑geral da União, movimentos identitários ficaram incomodados porque, no dia da Consciência Negra, o Palácio indicou um homem branco quando havia pressão para a indicação de uma mulher negra. Messias também ganhou apelido no debate público: surgiu como “Bessias”, ligado ao episódio do telefonema entre Lula e Dilma no qual ele aparece como subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil.
O placar — histórico e expectativa
O líder do PL recordou um caso recente para dimensionar o desafio: “Com a necessidade de 41 votos, Gonet conseguiu 45.” A referência foi à recondução de Paulo Gonet como procurador‑geral, votação que terminou apertada e que, para Portinho, sinaliza que Messias também terá de buscar votos firmes na bancada governista. Para a oposição, porém, Messias é “mais petista do que evangélico”, o que aumenta a resistência entre senadores que questionam a imparcialidade do indicado.
Há outro fator de pressão institucional: o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União‑AP), chegou a defender outro nome — o do senador Rodrigo Pacheco (PSD‑MG) — para a vaga, o que revela fraturas também no centro político sobre a escolha do novo ministro.
Consequências práticas e olhar cristão
Para leitores cristãos preocupados com os rumos do Supremo, a indicação de Messias traz inquietações concretas sobre temas sensíveis no país. A saída de Barroso deixou legado de decisões que mobilizaram grupos pró‑vida e conservadores — por exemplo, Barroso concluiu seu mandato votando para descriminalizar o aborto nas primeiras 12 semanas de gestação — e a substituição por alguém próximo ao Executivo é vista como fator de alteração do equilíbrio interno da corte.
Do ponto de vista espiritual e ético, é natural buscar orientação nas Escrituras. Uma passagem frequentemente lembrada em debates sobre liderança e justiça é Provérbios 29:2: “Quando os justos governam, o povo se alegra; mas quando o ímpio domina, o povo geme.” Essa perspectiva não substitui o debate cívico, mas ajuda muitos cristãos a avaliar criticamente as consequências institucionais de nomeações para tribunais superiores.
Análise final e o que observar na sabatina
A atenção nas próximas semanas deve ficar em três pontos: o comportamento das bancadas no Senado (se o apoio governista se mantém coeso), as perguntas da oposição durante a sabatina e a capacidade de Messias de mostrar independência na prática. A declaração de Portinho — “a oposição será oposição” — resume uma expectativa de embate; ainda assim, a votação pode ser decidida por margem estreita, como mostrou a referência aos 41 votos necessários no caso de Gonet.
Para o público cristão, acompanhar o processo com oração, informação e participação cívica é recomendável. A sabatina de Jorge Messias será, portanto, um termômetro político e moral sobre a relação entre Executivo e Judiciário e sobre como o Brasil lida com escolhas que tocam valores e direitos fundamentais.

