Sóstenes chama decisão de Moraes de “psicopatia em alto grau” e diz que prisão de Bolsonaro é “a maior injustiça da história”
A prisão preventiva do ex‑presidente Jair Bolsonaro no dia 22 abriu uma crise de confiança que mistura política, interpretação jurídica e sensibilidade religiosa entre evangélicos e outros cristãos. Muitos se perguntam se a ação foi uma medida necessária à segurança pública ou um recado institucional que agrava a polarização do país.
Bolsonaro foi preso na manhã do último sábado (22) após a Polícia Federal indicar risco de fuga em meio à vigília convocada por seus apoiadores e de um alerta de tentativa de rompimento da tornozeleira eletrônica. Moraes sugere que o ex‑presidente tentaria se refugiar na Embaixada dos Estados Unidos, localizada a cerca de 13 quilômetros de distância do condomínio onde mora, em Brasília.
O ataque de Sóstenes e a interpretação política dentro do PL
O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL‑RJ), reagiu com palavras duras. Em entrevista à Folha de S. Paulo publicada nesta segunda (24), ele classificou a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, de prender preventivamente Bolsonaro exatamente no dia 22 como uma “psicopatia em alto grau“. Sóstenes também afirmou que a prisão é “a maior injustiça da história“.
O parlamentar destacou ainda a coincidência simbólica: “22 é o número do PL nas urnas.” Para Sóstenes, Bolsonaro, mesmo condenado e preso, continua sendo “o maior trunfo do PL” e não um “cachorro morto”, e o partido apoiará quem o ex‑presidente indicar como cabeça de chapa.
Consequências imediatas e costura de alianças para 2026
Além da retórica do PL, a prisão de Bolsonaro acelera negociações no bloco do Centro e na direita para formar uma chapa competitiva em 2026. Há um movimento que vê o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos‑SP) como nome viável; Michelle Bolsonaro, Tereza Cristina e ACM Neto foram citados como possíveis vices ou aliados. Também se fala em composições inusitadas, como uma aliança entre Tarcísio e Ciro Gomes (recém‑filado ao PSDB).
As fontes políticas apontam que a prisão preventiva e o fim do prazo recursal da condenação no processo sobre a suposta tentativa de golpe devem acelerar essas articulações. Embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continue à frente nas intenções de voto, a diferença para nomes da oposição tem diminuído nas últimas semanas.
Aspecto jurídico e segurança: o que motivou a prisão
Segundo trechos divulgados pela imprensa, a Polícia Federal relatou risco de fuga e tentativas de violação da tornozeleira eletrônica, justificando a medida cautelar. No STF, ministros como Alexandre de Moraes — que votaram pela prisão preventiva — apontaram risco à ordem pública. No plenário, notícias destacaram que “Moraes e Dino votam para manter Bolsonaro preso preventivamente”.
Para parte da sociedade, a prisão tem caráter profilático e de proteção à investigação. Para apoiadores de Bolsonaro e aliados no PL, a medida é vista como judicialização da política e instrumento de ataque eleitoral.
Perspectiva cristã: fé, justiça e discernimento
Da perspectiva de um jornalismo cristão, é preciso conciliar o apelo por justiça com o chamado bíblico ao discernimento. Textos como Romanos 13 lembram que autoridades existem para manter a ordem, mas a Bíblia também alerta contra juízos precipitados e práticas injustas. Um versículo que muitos cristãos mencionam em tempos de crise é Miquéias 6:8, que fala sobre praticar a justiça e amar a misericórdia — um convite à comunidade para buscar equilíbrio entre verdade legal e compaixão.
O episódio exige oração e vigilância: oração por transparência no processo jurídico e vigilância para que o debate público não descambe para violência ou retaliação. Líderes religiosos são chamados a promover calma, cuidado com a verdade e respeito às instituições, mesmo quando houver contestação legítima.
Em suma, a prisão de Bolsonaro no dia 22 acendeu debates intensos sobre legalidade, simbolismo e estratégia eleitoral. Entre acusações como “psicopatia em alto grau” e a descrição do episódio como “a maior injustiça da história“, o país enfrenta agora o desafio de transformar a tensão em diálogo político responsável e em avaliação serena das próximas etapas judiciais e eleitorais.
Próximos passos: o caso seguirá nos tribunais e no Congresso, enquanto as forças políticas se movimentam para 2026. Para leitores cristãos, o momento pede oração, informação crítica e engajamento cívico baseado em princípios bíblicos de justiça e paz.

