Operação Rosa Branca investiga uso de inteligência artificial para produzir ‘deepnude’ de parlamentares, com suspeitas de nazismo e racismo — foco em Soraya Thronicke
Um ataque à intimidade e à verdade que mistura tecnologia e ódio deixou ontem (19) nova marca de preocupação na vida pública brasileira: a Polícia Federal cumpriu mandados contra suspeitos que, segundo a investigação, usavam inteligência artificial para criar imagens falsas de parlamentares — e há indícios de apologia ao nazismo e postagens racistas. A questão levanta dúvidas sobre segurança digital, proteção de mulheres no poder e o papel do legislador em defender vítimas.
O que ocorreu
Dois mandados de busca e apreensão e um de revista pessoal foram cumpridos nesta quarta (19), pela Polícia Federal, contra suspeitos de criarem imagens falsas da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) e de fazerem apologia ao nazismo e racismo. Foi durante a Operação Rosa Branca, deflagrada na cidade de Lajeado, no Rio Grande do Sul.
Segundo fontes a par da investigação, os suspeitos utilizavam inteligência artificial para produzir as imagens falsas e podem fazer parte de uma célula de apologia ao nazismo. O inquérito policial teve início a partir de um procedimento instaurado pela Polícia Legislativa do Senado, que indicava supostas postagens indevidas em redes sociais.
As evidências e a posição da Polícia Federal
A Polícia Federal, em nota, descreveu o teor das apurações com detalhes: “As investigações revelaram que os investigados usavam inteligência artificial para produzir imagens de ‘deepnude’ de parlamentares federais. Além disso, o perfil dos investigados nas redes sociais apresenta simbologia representativa de “superioridade” racial, alusão ao nazismo e diversas postagens de cunho racista”, disse a PF em nota.
Os investigados, de acordo com a Polícia Federal, poderão responder por crimes de preconceito de raça ou cor e de exposição indevida da intimidade sexual, com penas que podem chegar a cinco anos de prisão e multa.
O relato da senadora e o contexto político
A assessoria da senadora Soraya Thronicke informou que ela não havia sido informada se figura entre as vítimas, mas deixou claro que tem sido alvo recorrente de crimes dessa natureza. No comunicado oficial há trechos que descrevem o histórico de perseguições e ameaças: “A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) esclarece que não possui qualquer informação sobre a Operação Rosa Branca, deflagrada pela Polícia Federal nesta quarta-feira (19), que apura crimes de apologia ao nazismo, racismo e exposição indevida da intimidade de parlamentares federais. A senadora também não foi informada se figura entre as vítimas do investigado.”
A nota ainda afirma: “A senadora tem sido vítima, ainda, de ameaças de morte dirigidas a ela e a seus familiares, refletindo práticas criminosas e atitudes sexistas contra mulheres em cargos públicos.” Diante disso, Soraya cobra avanços legislativos e citou seu projeto que busca agilizar a tramitação de processos envolvendo crimes contra a honra cometidos na internet.
Riscos, tecnologia e responsabilidades
O uso de IA para produzir imagens de “deepnude” — termo usado para descrever fotos falsas de nudez geradas digitalmente — amplia risco de difamação, chantagem e violação de direitos fundamentais. Além do dano individual às vítimas, práticas assim corroem a confiança no espaço público e podem intimidar mulheres a não ocuparem posições de liderança.
Há também o componente ideológico: perfis com simbologia de “superioridade” racial e alusões ao nazismo indicam que essas ações não são meramente vandalismo digital, mas parte de uma narrativa de ódio que exige investigação e resposta legal firme.
No plano prático, além das investigações criminais, torna-se urgente que o Congresso e as cortes avaliem adequações na legislação para lidar com crimes digitais de elevada complexidade tecnológica. A senadora mencionou seu projeto voltado a agilizar processos sobre crimes na internet; a articulação institucional pode ser decisiva para dar proteção efetiva a vítimas como Soraya Thronicke.
Leitura cristã e chamada à justiça
Como jornalista cristão, é preciso ver esse caso também pela lente da fé: há uma dimensão moral e comunitária no ataque à reputação e à intimidade. A Bíblia nos lembra da chamada à justiça e à defesa dos vulneráveis, como em Miquéias 6:8 — que exorta a praticar a justiça e amar a misericórdia — e em passagens que falam contra a opressão e a difamação.
Não se trata de sermonizar, mas de lembrar que a fé pede ação: vigilância ética da sociedade, apoio às vítimas e empenho por leis que protejam a dignidade humana em ambiente digital. Igrejas e lideranças cristãs podem orar, amparar e cobrar respostas institucionais à altura desses crimes.
Enquanto a Operação Rosa Branca avança, cabe à opinião pública acompanhar a investigação, demandar transparência e fortalecer mecanismos que impeçam que tecnologia e ideologia do ódio prosperem impunemente. A proteção da imagem, da honra e da vida de figuras públicas, especialmente mulheres, é tema de segurança pública e de cidadania, e exige resposta firme do Estado e da sociedade.
Atualizaremos o texto com novos desdobramentos assim que a Polícia Federal divulgar mais informações oficiais.

