Moro cobra Polícia Federal por ‘não estar fazendo o suficiente’ após megaoperação no RJ com 121 mortos; diretor Andrei Rodrigues responde

Sérgio Moro questiona a Polícia Federal e acende alerta sobre combate ao crime organizado

Há uma sensação crescente de inquietação: o senador Sérgio Moro afirmou em audiência na CPI do Crime Organizado que existe a percepção de que a Polícia Federalnão está fazendo o suficiente” no enfrentamento às facções que ampliam territórios e poder no Brasil. A cobrança ocorreu depois da ausência da corporação em uma megaoperação realizada no Rio de Janeiro, em outubro, que resultou na morte de 121 pessoas.

O confronto entre Moro e o diretor da PF

Na sessão de terça (18), Moro disse que a autoridade máxima da Polícia Federal precisa adotar postura mais firme contra organizações como o Comando Vermelho e o PCC. O senador afirmou que são necessárias estruturas especializadas, lembrando que a PF criou grupos específicos para investigar os atos de 8 de janeiro de 2023 e questionando por que a mesma estratégia não estaria sendo aplicada para enfrentar facções de alcance nacional.

Em suas próprias palavras: “Talvez por esse episódio do Rio de Janeiro, houve uma percepção de que a Polícia Federal não está fazendo o suficiente, ou pelo menos de que a direção da Polícia Federal não está agindo o suficiente no enfrentamento ao crime organizado”, questionou.

O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, respondeu sustentando que a corporação não teve base legal para integrar a ação conduzida pela polícia fluminense. Segundo ele, o contato para cooperação ocorreu “no nível operacional”. O diretor relatou: “Houve um contato no nível operacional informando que haveria uma grande operação e [questionando] se a Polícia Federal teria alguma possibilidade de atuação na sua área, no seu papel. A partir dessa análise geral, entendemos que não era o modo como a Polícia Federal atua, o modo de fazer operações”, pontuou.

O que diz a Polícia Federal sobre estruturas e operações

Andrei Rodrigues também destacou que a Polícia Federal mantém grupos permanentes para o combate às organizações criminosas, citando as Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (Ficco) e as ações da Gise (Grupos de Investigações Sensíveis). Ele mencionou ainda operações recentes no Rio baseadas na ADPF 635, norma que impôs regras para reduzir a letalidade policial durante incursões nas comunidades, e apontou a operação Redentor II como exemplo do modelo integrado e contínuo de atuação.

Além disso, o diretor afirmou que a PF criou uma área específica para análise de dados de facções criminosas, responsável por mapear lideranças, fluxos financeiros e estruturas internas, com o objetivo de fortalecer investigações de inteligência e desarticular redes de comando.

Análise: confiança, transparência e estratégia

O embate público entre um senador conhecido pela atuação contra a corrupção e o diretor da PF expõe três desafios centrais para a segurança pública brasileira: a percepção pública sobre atuação das forças de segurança, os limites jurídicos e operacionais em operações conjuntas federais e estaduais, e a necessidade de comunicação transparente para evitar desalinhamentos que abalam a confiança.

Do ponto de vista prático, a PF afirma que sua atuação é pautada por critérios legais e por modelos permanentes de atuação (Ficco, Gise, análise de dados). Do ponto de vista político e social, declarações como a de Moro ampliam a cobrança por resultados e por uma resposta clara ao avanço das facções. A menção aos 121 mortos na operação do Rio torna a disputa ainda mais sensível e passível de escrutínio público e parlamentar.

Uma leitura cristã e pública dos fatos

Como jornalista cristão, é possível relacionar a demanda por liderança responsável e planejamento com orientações bíblicas sobre conselho e direção. Em Provérbios encontramos que “não havendo conselho, o povo cai; mas na multidão de conselheiros há segurança” (Provérbios 11:14). Esse princípio aplica-se tanto à coordenação entre instituições de segurança quanto à necessidade de diálogo entre poderes para proteger vidas e garantir justiça.

Ao mesmo tempo, reconhecer a importância da autoridade civil e da ordem pública — sem confundir com conivência com abusos — também dialoga com a exortação bíblica para que as autoridades atuem com responsabilidade. A transparência nos critérios jurídicos e operacionais e a resposta eficaz ao crime organizado são demandas legítimas da sociedade e da fé que busca viver em segurança e justiça.

Por fim, a CPI do Crime Organizado e o debate entre Moro e o diretor da PF devem servir como oportunidade para esclarecer procedimentos, fortalecer instrumentos de cooperação interinstitucional e evitar que a percepção de inação prejudique ações que podem estar em curso nos bastidores. A fé convida à vigilância e à oração pela sabedoria dos líderes, mas também à cobrança pública quando houver dúvidas sobre proteção, legalidade e eficácia.

Enquanto o país acompanha o desenrolar da CPI, a Polícia Federal, o Congresso e a sociedade enfrentam o desafio de traduzir inquietação em políticas firmes, legais e coordenadas para conter a expansão do Comando Vermelho e do PCC, sempre com atenção à proteção da vida e ao respeito aos direitos.

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