Ao menos 55 pessoas morreram</b) no grande incêndio que atingiu um complexo de arranha-céus em Tai Po, Hong Kong, e mais de 200 seguem desaparecidas enquanto bombeiros tentam controlar focos remanescentes.
O incêndio e o resgate
O chamado sobre o fogo foi recebido às 3h51 no horário de Brasília (14h51, no horário local), segundo o Departamento de Bombeiros. O complexo tem oito torres com mais de 30 andares cada, cerca de dois mil apartamentos e, conforme censo de 2021, abrigava aproximadamente 4,6 mil moradores.
Autoridades informaram que 51 pessoas morreram no local e outras quatro morreram no hospital. Entre os feridos há vítimas com queimaduras e lesões por inalação; um bombeiro também está entre os mortos, segundo a apuração da BBC.
Centenas de agentes foram mobilizados. Horas após o início das chamas, o alerta subiu para o nível 5, o mais alto da escala local, e cerca de 400 policiais foram deslocados para apoiar as operações de resgate e controle da área.
Causa e investigação
As autoridades dizem acreditar que o fogo se espalhou rapidamente por telas de construção verdes e pela estrutura de andaimes de bambu usada nas obras de reforma. A polícia afirmou que as telas não atendiam aos padrões de segurança contra incêndio.
Três homens da construtora responsável pelas reformas foram presos sob suspeita de homicídio culposo — quando não há intenção de matar. A superintendente Eileen Chung declarou: “Temos motivos para acreditar que os responsáveis da empresa foram extremamente negligentes, o que levou a este acidente e fez com que o incêndio se alastrasse descontroladamente, resultando em um grande número de vítimas”.
Em busca por evidências, a polícia realizou buscas no escritório da Prestige Construction & Engineering Company e apreendeu caixas de documentos, segundo a Associated Press e reportagens locais.
Desafios no combate e situação atual
Os bombeiros informaram que quatro dos oito blocos tiveram o fogo apagado e que três focos estavam sob controle; um prédio não foi atingido. Ainda assim, havia muita preocupação com a temperatura interna dos edifícios, que dificultava a entrada das equipes para resgatar moradores presos.
Uma seção da rodovia Tai Po foi fechada e linhas de ônibus desviadas. A polícia chegou a isolar dois quarteirões próximos ao condomínio, medida depois liberada.
Contexto histórico e técnico
Hong Kong tem um histórico de incêndios severos em obras. O episódio mais citado ocorreu em 1996, quando 41 pessoas morreram após um fogo gerado por soldagem em reformas internas; aquilo motivou mudanças em normas de construção e segurança contra incêndio.
O uso de andaimes de bambu, tradição na construção local, vem sendo reduzido devido a acidentes: entre 2019 e 2024, 22 mortes envolveram trabalhadores em estruturas desse tipo. Associações de vítimas e relatos da imprensa registraram ao menos três incêndios relacionados a andaimes de bambu neste ano, o que alimenta o debate sobre normas e fiscalização.
Especialistas apontam que materiais temporários, como telas plásticas e estruturas de madeira ou bambu, aumentam o risco de rápida propagação das chamas se não houver proteção cortafogo e rotas de emergência adequadas.
Além da investigação policial, o caso deve acionar revisões administrativas em padrões de segurança e procedimentos de licenciamento de obras, num momento em que a cidade equilibra tradição construtiva com pressões por modernização e segurança.
Impacto humano — As famílias das vítimas vivem momentos de angústia, enquanto comunidades locais e igrejas se mobilizam para apoiar deslocados e feridos. Voluntários, organizações religiosas e grupos comunitários têm oferecido abrigo, alimentação e apoio emocional.
Em meio à tragédia, muitas pessoas buscam consolo na fé. Um versículo frequentemente citado em situações de perda é o Salmo 34:18: “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado”. A referência tem aparecido em mensagens de solidariedade semecendo esperança e cuidado prático às vítimas.
As próximas etapas incluem perícias, interrogatórios aos detidos e análise técnica das matérias-primas e procedimentos adotados pela empresa de obras. Autoridades prometem transparência na apuração e atenção às recomendações que surjam para evitar novas tragédias.
Enquanto isso, equipes de resgate seguem trabalhando e a comunidade local permanece em alerta. A proporção de mortos e desaparecidos ainda pode mudar conforme o acesso às unidades atingidas se tornar mais seguro.
Por que importa agora: o incêndio em Hong Kong expõe lacunas em práticas de reforma e fiscalização num momento em que a cidade enfrenta escolhas sobre como preservar tradições construtivas sem abrir mão da segurança. A tragédia levanta perguntas urgentes sobre responsabilidade, prevenção e apoio às vítimas.

