Incêndio COP 30 em Belém: ministro Celso Sabino minimiza fogo que evacuou Zona Azul e afirma que ‘poderia acontecer em qualquer lugar do planeta’

Incêndio COP 30 reacende críticas à infraestrutura em Belém e traz tensão sobre negociações

Incêndio COP 30: a imagem de um pavilhão esvaziado às pressas e negociações em dúvida deixou delegados e observadores apreensivos, enquanto as explicações oficiais buscam conter a repercussão. O episódio levanta questões sobre segurança, responsabilidade e transparência — temas sensíveis em um evento que reúne líderes globais para tratar do futuro climático do planeta.

O que aconteceu

Na quinta-feira (20), o pavilhão Blue Zone (Zona Azul) da COP 30, em Belém, precisou ser evacuado após um princípio de incêndio. O fogo foi controlado e, segundo relato oficial, não houve feridos. O ministro do Turismo, Celso Sabino, disse a jornalistas que “A cidade de Belém recebeu muitas críticas, praticamente todas injustas. Um possível celular que pegou fogo numa tomada não vai macular essa COP. [O incêndio] poderia acontecer em qualquer lugar do planeta”.

Em sua defesa, o ministro afirmou também: “Eu vejo um incidente isolado, um princípio de incêndio que foi prontamente contido. O nosso sistema de contingenciamento mostrou muita eficiência”. Segundo ele, não há feridos. A investigação sobre as causas do incidente segue em aberto, e não há confirmação imediata sobre a retomada das negociações previstas para o mesmo dia.

Alertas prévios da ONU e responsabilidade

O episódio ocorre após a Convenção das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) ter cobrado melhorias na estrutura do evento. Em carta enviada no dia 13 ao ministro da Casa Civil, ao presidente da COP 30 e ao governador do Pará, a UNFCCC destacou problemas que incluíam “falhas na segurança; calor excessivo em pavilhões; infiltrações provocadas pelas chuvas e riscos associados a água próxima de instalações elétricas. ‘Diversas delegações expressaram séria preocupação com relação às más condições dos escritórios disponibilizados’.”

Após o incêndio, a UNFCCC informou que as instalações atingidas “estão sob a autoridade do país anfitrião e não são mais consideradas uma Zona Azul”. Esse posicionamento acentua a tensão sobre quem responde tecnicamente pela montagem e manutenção das áreas destinadas às negociações internacionais.

Declarações do governo e avaliação técnica

Questionado sobre responsabilidade, o ministro Celso Sabino afirmou que a montagem do pavilhão foi feita dentro dos padrões: “A montagem foi feita dentro dos padrões de engenharia e segurança. Os materiais usados para forrar o galpão são materiais antichamas. Estamos com uma grande equipe de contingência”.

Essas afirmações têm o objetivo de tranquilizar, mas também colocam sobre a mesa a necessidade de relatórios técnicos independentes e transparência, especialmente após alertas formais da própria UNFCCC.

Perspectiva cristã e implicações políticas

Como jornalista cristão, observo que o incêndio COP 30 traz uma leitura dupla: há a urgência prática da segurança e da responsabilidade pública, e há uma dimensão moral sobre como tratamos eventos que mobilizam recursos e expectativas globais.

Na tradição cristã, passagens como Isaías 43:2 lembram que a fé não elimina riscos, mas oferece perspectiva: “Quando passares pelas águas, eu estarei contigo”. Do mesmo modo, o Salmo 46:1 afirma que “Deus é nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia”. Essas referências não substituem a exigência de medidas concretas: segurança, investigação e prestação de contas.

Politicamente, o episódio pode amplificar críticas já dirigidas à organização local e ao governo do Pará, enquanto pressiona a coordenação federal e a ONU a fornecerem respostas claras. Para a comunidade internacional, a confiança nas instalações e na logística é crucial para avançar em temas sensíveis como compromissos climáticos e financiamento.

O incêndio COP 30 é um lembrete de que eventos de alta visibilidade exigem preparo técnico e integridade na comunicação. A investigação em curso deverá apontar causas e responsabilidades; até lá, a prioridade é garantir segurança e restabelecer a normalidade das negociações com transparência e rigor técnico.

Enquanto a conferência se aproxima do encerramento previsto para sexta-feira (21), observadores e delegações aguardam respostas. A cidade de Belém e os organizadores têm diante de si a tarefa de restaurar confiança — tanto entre representantes governamentais quanto entre comunidades locais que, como lembram os alertas da UNFCCC, viveram falhas estruturais detectadas antes do incidente.

Nota final: acompanhar a apuração e exigir laudos independentes é uma postura que combina responsabilidade cívica e fé prática: orar por proteção e agir por justiça e transparência.

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