Impeachment de Moraes: Tagliaferro protocola pedido ao Senado com argumento de “julgar enquanto é suspeito” e cita inquérito nº 4.781

Pedido acirra tensão entre Poderes e provoca inquietação entre cristãos sobre justiça e verdade

Um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes foi protocolado na terça-feira (11) pelo ex-assessor de combate à desinformação Eduardo Tagliaferro, elevando a crise institucional e suscitando dúvidas sobre imparcialidade no Judiciário. A alegação central é grave: a defesa afirma que o relator tem julgado mesmo estando suspeito, situação que, na visão dos autores do pedido, compromete a própria noção de justiça.

O documento foi endereçado ao presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), e se apoia na Lei dos Crimes de Responsabilidade. Especificamente, o pedido usa o inciso dois do artigo 39, que considera crime de responsabilidade do ministro do Supremo “julgar enquanto é suspeito na causa”.

O fundamento jurídico e as alegações

O advogado Paulo Faria, representante do perito, afirma que “é suspeito e impedido para atuar em qualquer processo envolvendo Eduardo Tagliaferro”. Segundo a peça, Moraes não se declarou suspeito e manteve-se no julgamento do caso, agindo, conforme a defesa, simultaneamente como vítima, acusador e juiz. O documento cita ainda a “negativa a um recurso feita pelo próprio Moraes, quando deveria ser submetida ao plenário da Primeira Turma”.

Na construção do pedido há ainda um ponto processual específico: Moraes assumiu o caso de Tagliaferro por prevenção. Em outras palavras, não houve sorteio do relator, mas escolha baseada em outro processo que a Corte considera conexo — no caso, o chamado inquérito das fake news (inquérito nº 4.781), aberto há seis anos para apurar mensagens supostamente ofensivas à honra e à segurança de ministros.

O episódio das mensagens e a versão do gabinete

Eduardo Tagliaferro foi assessor no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de agosto de 2022 a maio de 2023. Após a exoneração, passou a divulgar mensagens de grupos de trabalho das cortes. Em um dos trechos vazados aparece um juiz auxiliar pedindo que se “use a criatividade” para elaborar uma investigação contra um cidadão. Em outras mensagens, segundo as publicações, havia falas que sugeriam que “alguns procedimentos passariam do TSE ao STF informalmente, sem constar nos autos.”

O gabinete do ministro nega irregularidade e, em nota enviada na época dos primeiros vazamentos, afirmou que “todos os procedimentos realizados tanto pelo STF quanto pelo TSE foram regulares e devidamente registrados nos autos.” A reportagem procurou novamente o gabinete de Alexandre de Moraes sobre o pedido de impeachment, mas até o fechamento não obteve retorno.

Consequências institucionais e cenário político

Caso pautado pelo Senado, o processo de impeachment leva à instauração de um procedimento de afastamento de Moraes. O afastamento, ao fim do caso, pode terminar em retirada definitiva do cargo. Esse movimento transfere a disputa do Judiciário para o Parlamento e expõe o país a um ciclo de disputas políticas que afetam a confiança nas instituições.

Para além das implicações jurídicas, o episódio alimenta debates sobre equilíbrio entre liberdade, segurança e verdade no ambiente público. A ação também mostra como processos conexos, como o “inquérito das fake news (inquérito nº 4.781)”, podem ampliar a controvérsia quando decisões de prevenção concentram poderes nas mãos de um único relator.

Leitura cristã: justiça, temor e responsabilidade

Do ponto de vista cristão, a questão toca princípios bíblicos sobre justiça e liderança responsável. A Escritura nos lembra da importância de agir com retidão e imparcialidade: em Mi 6:8 lemos que Deus nos chama a “fazer justiça, amar a misericórdia e andar humildemente”. Também é oportuno recordar que a busca por justiça deve ser acompanhada de cuidado para não transformar a legítima defesa em vingança ou revanche.

Na prática, cristãos preocupados com a nação podem acompanhar o desenrolar do pedido de impeachment de Moraes com oração e atenção cívica: orar por discernimento, transparência e que o processo transcorra conforme a lei, preservando, ao mesmo tempo, o estado de direito.

Em resumo, o pedido de impeachment apresentado por Tagliaferro, com base em termos como “julgar enquanto é suspeito na causa” e nas alegações de prevenção ligadas ao “inquérito das fake news (inquérito nº 4.781)”, instala uma nova fase de tensão entre Poderes. O Senado terá agora o papel decisivo de pautar ou não a investigação, e a sociedade cristã e civil acompanhará o caso em busca de justiça, verdade e estabilidade institucional.

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