Geoeconomia: Como a diplomacia de Lula empurra o Brasil para a periferia enquanto EUA liberam US$1,2 tri e China injeta US$140 bi em subsídios

O Brasil corre o risco de se tornar grande em território e pequeno em influência na nova ordem da geoeconomia

Alerta: enquanto potências desenham cadeias industriais com pacotes bilionários e planos de segurança nacional, o Brasil parece repetir velhas fórmulas e perder janelas históricas de oportunidade. A pergunta que fica é dura: a diplomacia do atual governo tem colocado o país na trilha da soberania e do desenvolvimento ou na rota da irrelevância?

O que é a era da geoeconomia e por que ela importa

Vivemos uma mudança profunda: a globalização “despolitizada” dá lugar a uma disputa em que tarifas, subsídios, controles tecnológicos e acesso a recursos estratégicos são instrumentos de poder. Nesta era da geoeconomia, a política comercial, a política industrial e a diplomacia se confundem. O que define o peso de um país não é mais apenas o tamanho do seu mercado, mas sua capacidade de atrair indústrias estratégicas, proteger tecnologias críticas e garantir acesso a minerais e energia.

Os números ajudam a entender a escala da transformação. Como registra a análise de Marcos Degaut, “nos últimos quatro anos, os EUA aprovaram pacotes econômicos que somam mais de US$ 1,2 trilhão — incluindo o CHIPS Act (US$ 52,7 bilhões), o Inflation Reduction Act (US$ 369 bilhões) e o Infrastructure Investment and Jobs Act (US$ 550 bilhões)”.”

Do outro lado, “Apenas em 2023, o governo chinês investiu US$ 140 bilhões em subsídios industriais diretos, mais do que todos os países da OCDE juntos.” A China “já domina 80% da cadeia global de baterias, 60% de painéis solares e controla, direta ou indiretamente, 90% das terras raras do planeta”. Esses dados mostram que estímulo estatal e planejamento convertem-se em vantagem geoeconômica.

Três erros que enfraquecem a diplomacia brasileira

A avaliação crítica que circula entre analistas é que a política externa do governo atual comete três erros que reduzem o Brasil na nova disputa global. Primeiro, confundir retórica do “Sul Global” com estratégia de poder, usando solidariedade como palco de foto em vez de barganha efetiva. Segundo, subordinar relações internacionais a afinidades ideológicas, o que tensiona laços com parceiros essenciais como EUA e União Europeia. Terceiro, insistir em um modelo anacrônico de substituição de importações sem reconhecer que a competição atual exige energia barata, tecnologia e planejamento integrado.

O resultado prático aparece nas relações com a China: apesar de Pequim ser hoje destino de quase 35% das exportações brasileiras, grande parte desse fluxo ainda se concentra em commodities de baixo valor agregado. Em vez de negociar inclusão do Brasil em cadeias tecnológicas, a política externa reforça uma relação assimétrica de dependência de soja, minério e petróleo.

Risco estratégico: recursos críticos e cadeias produtivas

O mundo disputa minerais do século XXI: lítio, terras raras, níquel, além de energia e semicondutores. Países como Índia, México, Vietnã e Indonésia atraem investimentos produtivos porque alinham diplomacia, política industrial e incentivos. O Brasil, apesar de ter reservas e localização estratégica, sofre com burocracia, insegurança regulatória e discursos ideológicos que espantam investidores de longo prazo.

Como destaca a fonte, “Essa corrida global em que poderia ser protagonista” vê o Brasil paralisado. Enquanto países reorganizam cadeias produtivas agora, os próximos cinco a sete anos serão decisivos para fixar posições industriais e tecnológicas por décadas.

Um olhar cristão: prudência, planejamento e responsabilidade

Do ponto de vista da fé cristã aplicada à análise pública, não se trata de adotar espíritos partidários, mas de promover responsabilidade e prudência. A Bíblia nos lembra da importância de planejamento e boa governação. Provérbios 11:14 afirma que “onde não há conselho, o povo cai”; Lucas 14:28 convida à reflexão sobre calcular custos antes de construir. Estas imagens não são sermões, são lembretes práticos para quem gere uma nação.

Uma diplomacia que se diz defensora dos pobres e dos princípios éticos deve, ao mesmo tempo, lutar por empregos dignos, tecnologia e soberania econômica. Defender a criação de valor no país é coerente com a dignidade do trabalho e com o mandato cristão de cuidar do próximo.

O que pode ser feito — caminhos práticos

Há caminhos que demandam mudanças concretas: integrar política externa e política industrial; criar incentivos claros para atração de investimentos tecnológicos; negociar com parceiros econômicos exigindo transferência de tecnologia e participação em cadeias produtivas; acelerar normativas que deem segurança jurídica para extração e processamento de minerais críticos sem abrir mão de padrões ambientais; e buscar acordos comerciais que priorizem conteúdo local e criação de valor agregado.

Essas ações exigem menos retórica e mais coordenação entre ministérios, menos fotografia diplomática e mais estratégia multilayered. Em um ambiente em que Estados usam subsídios, barreiras tecnológicas e triagem de investimentos como ferramentas de poder, o Brasil precisa escolher entre ser protagonista ou espectador.

Conclusão: a geoeconomia não é apenas um vocábulo acadêmico; é o novo campo de batalha em que se decide futuro industrial, empregos e soberania. Se a diplomacia brasileira permanecer ancorada em velhas narrativas e escolhas ideológicas, o país corre o risco de ficar grande no mapa e pequeno nas decisões que moldarão o século. Para quem crê, a responsabilidade é dupla: rezar e agir, buscando estratégias que sirvam ao bem comum e preservem a nação.

Dados citados a partir da análise de Marcos Degaut: “nos últimos quatro anos, os EUA aprovaram pacotes econômicos que somam mais de US$ 1,2 trilhão — incluindo o CHIPS Act (US$ 52,7 bilhões), o Inflation Reduction Act (US$ 369 bilhões) e o Infrastructure Investment and Jobs Act (US$ 550 bilhões)”. “Apenas em 2023, o governo chinês investiu US$ 140 bilhões em subsídios industriais diretos, mais do que todos os países da OCDE juntos.” “O país já domina 80% da cadeia global de baterias, 60% de painéis solares e controla, direta ou indiretamente, 90% das terras raras do planeta.”

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