Exercícios militares no Caribe: Trump mobiliza USS Gerald Ford e cerca de 13 mil tropas para pressionar Maduro

Exercícios militares no Caribe entre agosto e novembro elevaram a tensão entre Estados Unidos e Venezuela e reacendem o temor de ações militares mais diretas contra o governo de Nicolás Maduro.

O que aconteceu

Relatórios e um levantamento do g1, com base em imagens do Departamento de Defesa dos EUA, mostram que a divulgação de fotos e vídeos de manobras no mar do Caribe mais que quadruplicou entre o início de agosto —quando o presidente Donald Trump autorizou ações contra cartéis— e o final de novembro, na comparação com os sete primeiros meses de 2025.

Entre as imagens divulgadas estão treinamentos de tiro em selva com camuflagem e silenciadores, desembarques anfíbios em Porto Rico (exercício conhecido como “Bold Alligator”), bombardeios no mar por aeronaves, voos em formação de jatos e helicópteros, operações com lanchas rápidas, reparos em jatos F-35 em solo porto-riquenho e a movimentação do grupo de ataque do porta-aviões USS Gerald Ford.

Capacidade e limites

O Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) estima que há cerca de 13 mil soldados envolvidos nas embarcações e unidades mobilizadas no Caribe. Na análise de especialistas, esse contingente e o tipo de navios não permitem, por si só, uma invasão terrestre em larga escala na Venezuela.

Por outro lado, especialistas como o professor Vitelio Brustolin, da UFF e pesquisador em Harvard, destacam que há capacidade logística e treinamentos compatíveis com operações especiais: infiltrações discretas marítimas, desembarques rápidos e ações noturnas coordenadas. Nas palavras de Brustolin, a divulgação dessas imagens “é notória e não deve passar despercebida“: são demonstrações de poder com efeitos políticos.

Risco real e intenção política

Enquanto Trump intensifica a presença militar —com destróieres, embarcações anfíbias, pelo menos um submarino nuclear, F-35 e helicópteros de operações especiais—, o governo Maduro reage acusando os EUA de tentarem forçá-lo a sair do poder e afirmando que os americanos estariam “inventando uma guerra” para justificar intervenção.

A presença militar amplia opções: embora uma ocupação em larga escala seja improvável, ataques cirúrgicos, incursões de forças especiais e bombardeios localizados são possíveis se o presidente americano ordenar ação direta, apontam analistas. Brustolin também observa que a geografia de Caracas/La Guaira favorece aproximações rasantes e operações noturnas, criando oportunidades para missões discretas.

Repercussão diplomática e interna

Maduro alternou reações públicas e tentativas de negociação. Em manifestações, apelou contra o que chama de imperialismo; nos bastidores, tentou ofertas para evitar confronto, segundo reportagens. Autoridades do Comando Sul dos EUA não haviam respondido aos pedidos de esclarecimento do g1 até a última atualização da reportagem.

Especialistas ressaltam que a divulgação ampliada de imagens também busca efeito psicológico: pressionar adversários, influenciar opinião pública regional e sinalizar capacidade e vontade de uso da força, sem necessariamente cruzar o limiar de um conflito aberto.

Perspectiva cristã e pedido por paz

Em meio a esse cenário, líderes e fiéis têm pedido oração pela paz e por decisões sábias das lideranças. Uma passagem que costuma ser lembrada é Mateus 5:9: “Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus” —um apelo simples por caminhos que preservem vidas e busquem soluções diplomáticas.

Para comunidades religiosas e sociais no Brasil e na América Latina, a prioridade é reduzir riscos humanitários e preservar rotas de ajuda, evitando que uma escalada gere tumulto migratório e sofrimento civil.

O que observar nos próximos dias

Fique atento a sinais de escalada: movimentação adicional de navios, novas imagens de exercícios, declarações oficiais do Comando Sul e possíveis medidas diplomáticas de atores regionais. A comunicação oficial dos EUA e a resposta de Caracas serão determinantes para entender se a presença continuará como demonstração de força ou se evoluirá para ações mais concretas.

Em uma hora tão tensa, informação precisa e calma são essenciais. A vigilância jornalística e a oração pela paz permanecem caminhos importantes para quem acompanha os desdobramentos.

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