Esposa de Alexandre Ramagem afirma ter levado filhas aos EUA após decreto de prisão de Alexandre de Moraes; família diz ser vítima de ‘lawfare’ e busca proteção

Saída dos Ramagem para os EUA reacende tensão política e interpela a fé cristã sobre justiça e proteção familiar

Em um movimento que mistura drama familiar, disputa jurídica e narrativa política, a Esposa de Alexandre Ramagem, a delegada de Polícia Civil Rebeca Ramagem, afirmou que partiu para os Estados Unidos há uma semana com as filhas para proteger a família. A declaração, publicada no Instagram neste domingo (23), intensifica perguntas sobre impunidade, segurança e liberdade de expressão em um Brasil cada vez mais polarizado.

O que Rebeca Ramagem disse

Rebeca Ramagem escreveu que “A proteção das nossas filhas é e sempre será a nossa prioridade” e afirmou que a família não encontra mais no Brasil “a garantia de uma justiça imparcial”. Ela declarou ainda que são “vítimas de lawfare” e sofrem uma “perseguição política desumana“. Sobre o futuro, a esposa do deputado descreveu a mudança como “uma nova jornada”: “Seguimos firmes. Somos fortes, capazes e prontos para ressignificar nossa história” e manteve a esperança de voltar a um Brasil “onde a escolha político-ideológica não seja tratada como crime, e onde a liberdade de pensar e expressar ideias não se torne motivo de condenação”.

Rebeca também garantiu que, mesmo fora do país, a família continuará defendendo “seus valores” e o que acredita ser “o melhor para o Brasil e para todos os brasileiros”. Ela finalizou com a frase que tem sido usada em tom político: “Continuamos acreditando na possibilidade de construir um Rio de Janeiro ‘bom para quem é de bem’“.

Contexto jurídico: prisão preventiva e condenação

As declarações chegam após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decretar, no dia 19 de novembro, a prisão preventiva do deputado Alexandre Ramagem. O parlamentar foi condenado a 16 anos de prisão na Ação Penal nº 2668 (núcleo 1) e é acusado de participar de um suposto planejamento de golpe de Estado no final de 2022 e no dia 8 de janeiro de 2023.

O PSOL afirmou ao STF que Ramagem estaria tentando escapar da aplicação da lei penal ao supostamente deixar o Brasil rumo aos Estados Unidos, e a Polícia Federal passou a apurar a rota usada pelo deputado para sair do país. Segundo informações oficiais, não há confirmação pública de que a ordem de prisão esteja diretamente relacionada à suposta saída, pois a decisão tramita sob sigilo.

A Polícia Federal trabalha com a hipótese de que Ramagem tenha deixado o território brasileiro por uma fronteira terrestre. Tribunal e Parlamento também registraram movimentos administrativos: apesar de estar fora do país, o parlamentar permanecia registrado como “em exercício” nos sistemas da Câmara dos Deputados, tendo apresentado atestados e participado de atividades legislativas de forma remota.

Análise cristã: justiça, proteção e discernimento

Para leitores que acompanham os fatos pela lente da fé, a situação convida a reflexões sobre justiça e proteção familiar. A preocupação de Rebeca com as filhas encontra eco em textos bíblicos sobre cuidado e defesa dos vulneráveis. Em Mateus 5:10, por exemplo, Jesus fala sobre os perseguidos por causa da justiça; essa referência pode servir para os cristãos que vêem perseguição política, sem, contudo, transformar convicções religiosas em argumento jurídico.

Ao mesmo tempo, a chamada à busca por justiça imparcial remete ao princípio bíblico que valoriza decisões justas: líderes e cidadãos são chamados a equilibrar defesa de valores com respeito ao Estado de Direito. Uma leitura responsável para o público cristão exige atenção às evidências e ao processo legal, sem abandonar a compaixão para com quem sofre em âmbito familiar e social.

Possíveis desdobramentos e impacto político

A saída da família para os Estados Unidos pode repercutir em várias frentes: politicamente, reforça narrativas de perseguição entre apoiadores; juridicamente, mantém a investigação sobre rotas de saída e a eventual execução da ordem de prisão; socialmente, estimula debates sobre segurança institucional e o papel das Forças de Segurança em episódios de alta tensão política.

Se as autoridades confirmarem que Ramagem deixou o país por fronteira terrestre, isso pode acelerar pedidos de cooperação internacional ou medidas cautelares. Por outro lado, a defesa política e jurídica do deputado pode se fortalecer em razão da narrativa pública construída por familiares e aliados.

O que acompanhar

Nos próximos dias, é importante acompanhar três pontos: eventuais manifestações oficiais da Polícia Federal sobre a rota de saída; decisões internas do STF relativas à ordem de prisão e ao sigilo do processo; e as repercussões no cenário político local, especialmente no Rio de Janeiro, onde a família afirma manter a ideia de um projeto de segurança e bons costumes.

Para o leitor cristão, este episódio pede vigilância e oração por discernimento: defender princípios e proteger a família são preocupações legítimas, mas a confiança também deve repousar sobre processos justos e transparentes.

Nota: As citações e dados apresentados foram retirados das declarações e informações oficiais divulgadas à imprensa, incluindo trechos publicados pela família e comunicados sobre a decisão do STF e a atuação da Polícia Federal.

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