A350-1000ULR da Qantas terá alcance de 22 horas, 12 aeronaves encomendadas e cabines com quarto privativo
Um novo patamar para voos comerciais de longa distância chega em 2027: a Qantas encomendou 12 unidades do A350-1000ULR da Airbus, uma versão de alcance ultralongo projetada para viagens de até 22 horas sem escalas. A promessa é conectar a Austrália diretamente a Londres e Nova York, reduzindo o tempo total de viagem em até quatro horas em relação às rotas atuais com escalas.
O que torna o A350-1000ULR diferente
A principal modificação técnica é um tanque adicional com capacidade para mais 20 mil litros de combustível, que amplia consideravelmente o alcance do aparelho. A Qantas informou que a primeira unidade está em montagem na Airbus, em Toulouse, e que a aeronave deve ficar pronta em 2026, com o voo comercial de estreia previsto para o primeiro semestre de 2027.
Para equilibrar alcance e conforto, a companhia limitou a ocupação máxima a 238 passageiros, abaixo dos cerca de 300 assentos da versão padrão do A350-1000. Essa configuração, segundo a empresa, permite melhor acomodação e serviços em voos tão longos.
Conforto e serviços: do quarto privativo ao bem-estar a bordo
O projeto comercial da Qantas para o A350-1000ULR detalha configurações e áreas pensadas para jornadas muito longas. Entre os pontos principais estão uma área de bem-estar para alongamento, alimentação adequada e hidratação, além de acesso a Wi-Fi durante todo o voo.
Na divisão de cabines, a companhia prevê: 6 assentos na primeira classe (com quarto privativo que inclui poltrona reclinável, cama, TV de 32 polegadas, seis áreas para armazenamento, guarda-roupa e espaço para trabalhar e comer); 52 assentos na classe executiva (poltrona larga que vira cama de 2 metros, TV de 18 polegadas, mesa de apoio e carregador sem fio); 40 na econômica premium (apoio para pernas e cabeça, tela de 13,3 polegadas) e 140 na econômica (mais espaço para pernas e tela de 13,3 polegadas).
A Qantas também afirmou ter trabalhado com especialistas em sono para reduzir os efeitos do jet lag, ajustando iluminação e horários de refeição conforme os ritmos circadianos dos passageiros. O lançamento faz parte do chamado Projeto Sunrise, batizado assim porque alguns voos permitirão ver o nascer do sol duas vezes, devido às diferenças de fuso horário entre a Austrália e outros continentes.
Impacto prático e implicações
Voos diretos de ultra longo alcance trazem benefícios claros para passageiros e companhias: menos tempo total de deslocamento, conexões mais diretas e melhora na experiência do viajante. Para o setor aéreo, a operação desse tipo de rota exige ajustes em logística, tripulação, combustível e manutenção, além de debates sobre eficiência e sustentabilidade operacional.
No caso da Qantas, a opção por uma lotação reduzida e por cabines mais confortáveis indica foco em mercado premium e em viagens que justifiquem o custo operacional mais alto de manter aeronaves no ar por 22 horas seguidas.
Contexto e uma palavra de fé
Além do avanço técnico e comercial, voos tão longos também lembram que viajar é uma experiência física e emocional que pede cuidado. Como pequena referência de fé, a tradição cristã recorda a atenção ao viajante: “O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada” (Salmo 121:8). A lembrança não é sermão, mas um convite a cuidar do próprio corpo e do próximo em trajetos prolongados.
Em resumo, o A350-1000ULR da Qantas reúne tecnologias e serviços pensados para transformar viagens intercontinentais: 12 aeronaves encomendadas, tanque extra de 20 mil litros, limitação a 238 passageiros e cabines que vão da primeira classe com quarto privativo à econômica com telas individuais. Se cumpridos os prazos, passageiros poderão experimentar rotas sem escalas entre Austrália, Londres e Nova York já em meados de 2027.
Para o público brasileiro interessado em tendências da aviação comercial, o movimento reforça a retomada e a inovação no setor após a pandemia, e mostra como o equilíbrio entre alcance, conforto e bem-estar será central nos próximos anos.

